sexta-feira, 19 de novembro de 2021

🎥🟡 Declamações em vídeo | A Bailarina - Cecília Meireles | Declamação: Nina - 4º ano


Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré

mas sabe ficar na ponta do pé.


Não conhece nem mi nem fá

Mas inclina o corpo para cá e para lá


Não conhece nem lá nem si,

mas fecha os olhos e sorri.


Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar

e não fica tonta nem sai do lugar.


Põe no cabelo uma estrela e um véu

e diz que caiu do céu.


Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.


Mas depois esquece todas as danças,

e também quer dormir como as outras crianças.

✏️🟤 Poesias visuais | A Flor | Isabela Simarro | 9º ano

 


✏️🔴 Poesias | Olho d'água | Irene Altamira Sousa Ribeiro | Proeja - 9º ano

Olho d'água

    Havia na floresta um grande formigueiro, que com o passar do tempo tornou-se uma grande colônia.

    As formigas que ali moravam eram as guardiãs daquele lugar. Sempre unidas, lutavam com bravura para apagar os incêndios que aconteciam, principalmente na época da seca.

    Devido à escassez de água elas criaram um reservatório e sempre estavam de sobreaviso.

    Certo dia, perceberam que havia um foco de fogo próximo às suas moradas. Imediatamente, saíram correndo mata adentro para conter as chamas, usando todos os recursos. Gastaram até a última gota. O vento soprava cada vez mais forte e as labaredas se aproximavam rapidamente. Percebendo a gravidade da situação, voltaram correndo para suas casas tentando se proteger. As chamas foram devastadoras e queimaram todas as árvores e animais que ali habitavam. Pobres formigas também morreram por causa do calor e da fumaça que inalaram. Houve um grande silêncio na floresta, a mãe natureza vendo tamanha destruição e perda das formigas guerreiras, ficou comovida. Após essa situação, transformou o formigueiro em olhos d'água cristalinos, surgindo assim novas nascentes de rios e riachos que percorrem por toda a terra até os dias de hoje.

🗣️⭐ Declamações em áudio | trecho do livro Fahrenheit 451 - Ray Bradbury | Declamação: Isabelle Alves | Estudante egressa convidada

BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. tradução: Cid Knipel. 3.ed. São Paulo: Globo, 2020. p.134-136

[...] Sabe, eu tive um sonho uma hora atrás. Deitei para tirar uma soneca e sonhei que você e eu, Montag, entramos em uma violenta discussão sobre livros. Você espumava de raiva, gritava canções para mim. Eu aparava calmamente cada investida. O poder, eu disse. E você, citando o doutor Johnson, respondeu: "O conhecimento vale mais que o poder!". E eu disse: "Bem, meu caro rapaz, o doutor Johnson também disse que "Nenhum sábio no mundo trocará uma certeza por uma incerteza". Fique com os bombeiros Montag, Tudo o mais não passa de um caos sinistro!

[...]

- E você disse, citando: "A verdade virá à luz, o assassinato não ficará oculto por muito tempo!". E gritei, bem-humorado: "Meu Deus, ele só está falando do seu cavalo!". E ainda: "O Diabo é capaz de citar as Escrituras para atingir seus fins". E você gritou: "Esta época preza mais um idiota engalanado do que um santo em farrapos na escola da sabedoria!", e eu sussurrei suavemente: "A dignidade da verdade se perde no excesso de protestos". E você gritou: "As carcaças sangram À visão do assassino!". E eu disse, acariciando sua mão: "O quê, eu lhe provoco estomatites?". E você gritou, estridente: "Conhecimento é poder!" e "Um anão nos ombros de um gigante vê mais longe que os dois!", e eu resumi minha opinião com rara serenidade interior: "A insensatez que consiste em tomar uma metáfora por prova, uma verborragia por uma fonte de verdades capitais, e a si mesmo por oráculo, é inata em nós", disse certa vez o senhor Valéry.

[...]

- Ah, você ficou morto de medo - disse Beatty -, porque eu empregava um recurso terrível, usando os mesmos livros a que você se apegava, para rebater cada uma de suas cartadas, cada ponto! Que traidores os livros podem ser! Você pensa que eles o estão apoiando, e eles se viram contra você. Além disso, outros podem usá-los e lá está você, perdido no meio do pântano, em um grande atoleiro de substantivos, verbos e adjetivos. E bem no fim do meu sonho, cheguei com a Salamandra e disse: "Vem comigo?". E você subiu e voltamos para o posto de bombeiros em beatífico silêncio, tudo de volta à paz. Beatty soltou o pulso de Montag, deixou a mão cair frouxa sobre a mesa. "Tudo está bem quando tudo acaba bem." 

🗣️🟤 Declamações em áudio | trecho do livro Fahrenheit 451 - Ray Bradbury | Declamação: Camilla e Lavínnia - 9º ano

- Posso fazer uma pergunta? Há quanto tempo você trabalha como bombeiro?

- Desde os vinte anos. Dez anos atrás.

- Você nunca lê nenhum dos livros que queima?

Ele riu.

- Isso é contra a lei!

- Ah, é claro.

- É um trabalho ótimo. Segunda-feira, Millay; quarta-feira, Whitman; sexta-feira, Faulkner. Reduza os livros às cinzas e, depois, queime as cinzas. Este é o nosso slogan oficial.

Caminharam ainda mais um pouco e a garota disse:

- É verdade que antigamente os bombeiros apagavam incêndios em vez de começá-los?

- Não. As casas sempre foram à prova de fogo, pode acreditar no que eu digo.

-Estranho. Uma vez me disseram que, muito tempo atrás, as casas pegavam fogo por acidente e as pessoas precisavam dos bombeiros para deter as chamas.

Ele riu.

Clarisse olhou rapidamente para ele.

- Por que está rindo?

- Não sei. - Ele começou a rir de novo e parou. - Por quê?

- Você ri quando não digo nada engraçado e responde na mesma hora. Nunca para para pensar no que eu digo.

 BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. tradução: Cid Knipel. 3.ed. São Paulo: Globo, 2020. p. 26

🎥🟡 Declamações em vídeo | Canção do Meio do Mundo - Mário Quintana | Declamação: Nina - 4º ano

A ciranda rodava no meio do mundo,

No meio do mundo a ciranda rodava.

E quando a ciranda parava um segundo,

Um grilo, sozinho no mundo, cantava...

 

Dali a três quadras o mundo acabava.

Dali a três quadras, num valo profundo...

Bem junto com a rua o mundo acabava.

Rodava a ciranda no meio do mundo...

 

E Nosso Senhor era ali que morava,

Por trás das estrelas, cuidando o seu mundo...

E quando a ciranda por fim terminava

 

E o silêncio, em tudo, era mais profundo,

Nosso Senhor esperava... esperava...

Cofiando as suas barbas de Pedro Segundo.