Neste lugar só de areia,
já não terra, ainda não mar,
poderíamos cantar.
Ó noite, solidão, bruma,
país de estrelas sem voz,
que cantaremos nós?
As sombras nossas na praia
podem ser noite e ser mar
pelo ar e pela água andar
Mas o canto, mas o sonho,
de que modo encontrarão
o que não é vão?
Cantemos, porém, amigos,
neste impossível lugar
que não é terra nem mar:
na praia do fim do mundo
que não guardará de nós
sombra nem voz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário