Nenhum igual àquele.
A hora no bolso do colete é
furtiva,
a hora na parede da sala é
calma,
a hora na incidência da luz é
silenciosa.
Mas a hora no relógio da Matriz
é grave
como a consciência.
E repete. Repete.
Impossível dormir, se não a
escuto.
Ficar acordado, sem sua batida.
Existir, se ela emudece.
Cada hora é fixada no ar, na
alma,
continua sonhando na surdez.
Onde não há mais ninguém, ela
chega e avisa
varando o pedregal da noite.
Som para ser ouvido no longilonge
do tempo da vida.
Imenso
no pulso
este relógio vai comigo.
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