Um dia, em um
certo lugar, aconteceu de fato.
Morava em um sítio
um casal simples de trabalhadores que tiraram o seu sustento da terra. Eles
tinham 6 filhos, 4 meninas e 2 meninos.
Todos os dias as
crianças acordavam cedo para ir à escola a pé, essa escola ficava há algumas
léguas do sítio.
Faziam esse
trajeto todos os dias, com chuva ou sol. Ao retornarem para casa, tinham que
ajudar seus pais na lida de casa.
Tiravam leite,
tratavam dos porcos, das galinhas e dos perus.
Entre os filhos se
destaca uma pequena garota alegre, brincalhona e peralta.
Todos os dias, ao
tratar das avezes, ela sempre assobiava. Foi então que ela percebeu que havia
um peru que não gostava de seus assobios.
Ela se perguntava:
será porque você não gosta desta linda melodia?
Assobiou bem alto!
Fil, fil!!
E todos os perus
respondiam: glu, glu, glu!
Quase todos os
dias tinha um peru que ficava de cara feia, olhos arregalados, rabo levantado,
assas abertas, rodeando o chão e observando os sons que vinham da menina.
Até que em um belo
dia o peru pensou: já sei! Preciso fazer algo pois eu não aguento mais! Esse
som está me atormentando todos os dias!
No dia seguinte,
lá vem a pequena toda saltitante pelo terreiro e começa a melodia: fil! fil!,
fil!
O peru, parecendo
não querer nada, só observava.
E os assobios cada
vez mais altos, seguiam: fil, fil, fil!
Quando de repente,
qual foi sua surpresa?
O peru saiu
correndo atrás dela, mas com tamanha esperteza. Saiu à sua frente em uma
velocidade de fórmula um. Passou pela casa, em frente ao porão, pela casinha de
guardar mantimentos e cedeu na pequena porteira, que dava entrada para o curral
e ali encerrava a correria, pois o peru, raivoso, não conseguia passar por ela.
A menina peralta
se divertia ao ver o peru zangado.
Todos os dias, era
a mesma coisa: assobios, correia e diversão por parte da menina.
Enquanto o peru
pensava: que coisa! Até quando eu vou aturar essa brincadeira de mal gosto?
E lá vem a garota!
Fil, fil, fil! E lá estava o peru, como um atleta, preparado, levantando o
peito e pescoço. Arrumou as assas, esticou a canela, rodopiou e…
Lá vai a correria.
Passa aqui, passa acolá, tropeça, mas não cai. Naquela correria, a menina já
estava bem cansada, com os cabelos em pé de tanto correr.
E de repente…
Opa! Aconteceu
algo diferente. A menina não conseguiu chegar no lugar seguro.
O peru colocou
toda a sua velocidade naquelas pernas compridas e deu um salto com os dois pés
em direção à menina e acertou suas costas jogando-a no chão.
Ela ficou toda
assustada e pensava: o que aconteceu com ele? Por que não gostou da
brincadeira? Seu peru sem graça!
Daquele dia em diante nunca mais teve a brincadeira ou implicância, pois passaram a respeitar a opinião um do outro.
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