Era uma vez uma galinha chamada Fifi. Ela vivia no sítio de dona Margarida.
Era toda bela,
pintadinha de preto e branco com pernas compridas que sempre realçava em meio
às outras.
Fifi gostava de
correr em volta do pomar e ficava a cacarejar de um lado para o outro.
Muito simpática e
alegre, fazia esse trajeto todos os dias.
Ela tinha um sonho
que se revelava todas as vezes que ela olhava no espelho e se perguntava: será
quando meus dentes vão nascer?
Observava de um
lado para outro e não entendia, pois a vaca Mimosa comida todos os dias com
aqueles dentes enormes, degustando pratos variados como milho, palha, capim e
até manga ela mastigava sem parar.
E os porcos? Todos
corriam para o coxo onde comiam aquela saborosa lavagem com diversos legumes.
E sem falar no
gato Mimi e no cachorro Leleco que estavam sempre a comer algo.
E eu? Como fico?
Queria ser como eles, para exibir aqueles dentes e mastigar o tempo todo.
Vivia a respirar
pelos cantos, até que um dia viu um galo pelo terreiro e se apaixonou. Era o
galo Miguelito. Aproximou-se e disse: você é lindo, todo robusto! Sei que você
canta, poderia cantar para eu ouvir?
Sim, claro que
posso! Com uma voz sedutora, abriu o bico e cantou.
Fifi ficou com o
queixo caído, quer dizer, de bico caído. Viu que ele também não tinha dentes,
então, exclamou: nossa! você também não tem dentes! Ao que Miguelito respondeu:
Claro que não. Nossa espécie não tem dentes, é assim que somos.
Nossa, estou
surpresa! Eu sempre queria ter dentes achando que estava faltando algo em mim,
agora, percebo a beleza que está em você. Não é nos dentes, e sim, na sua
essência, no seu interior! Que charmoso você é, estou encantada!
Eu é que estou,
você é a galinha mais linda que já vi e te digo mais: gosto de você assim do
jeito que você é. As galinhas não precisam de dentes, elas arrasam com os seus
bicos.
A partir daquele
dia, Fifi nunca mais se perguntou por que não tinha dentes. Ficou toda contente
com o bico que tinha.
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