``A senhorita America é igual à rainha: uma guerreira. Não só
desejamos sua vitória: precisamos dela! ´´
Olhei bem para aquelas palavras.
—Isso... é verdade?
Celeste tirou a revista da minha mão.
—Claro que é. Então vá em frente. Case-se com ele, faça o que
quiser. Seja princesa. Todos vão amar. A coitadinha da Cinco leva a coroa.
Ela se preparou para deixar a sala; seu temperamento azedo tinha
arruinado a notícia mais incrível que eu recebera durante toda a Seleção.
—Não entendo por que você se importa tanto com isso. Algum Dois
vai ficar muito feliz em se casar com você. E você vai continuar famosa no
final das contas — acusei.
—Vou ser uma subcelebridade, America.
—Céus! Você é modelo! — berrei. — Você tem tudo!
—Mas por quanto tempo? — ela rebateu. — Por quanto tempo? — repetiu
baixinho.
—O que você quer dizer? — perguntei, em um tom mais ameno. —
Celeste, você é linda. E você será Dois pelo resto da vida.
Ela sacudia a cabeça antes mesmo de eu concluir.
—Você acha que é a única a se sentir presa por sua casta? Sim,
sou modelo. Não sei cantar. Não sei atuar. Então, quando meu rosto já não servir,
serei esquecida. Restam-me cinco anos. Dez, com sorte.
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